Bibliografia, 605-616 Ediç;o com tiragem de apenas 400 exemplares ” Genealogias de S;o Tomé e Principe é uma notabilissima produç;o das melhores que o autor fez, apostada no rigor analitico, apoiada numa busca de fontes, sabe Deus, às vezes a quanto custo e insistência, enfrentando más vontades, por parte de quem teria por dever ajudar, n;o complicando ou dificultando o acesso a informações para enriquecimento de obras como esta.
Devo dizer, que segundo me disse o próprio Jorge, nos paises de express;o lusiada visitados, onde trabalhou em recolhas, sempre encontrou cooperaç;o e simpatia.
O volume em referência apresenta 675 páginas, em ediç;o da Dislivro Histórica, com o patrocinio da Embaixada de Portugal (local), IPAD – Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, IC – Instituto Camões, Banco Internacional de S;o Tomé e Principe e Pestana Hotels & Resorts.
Ao folhearmos Genealogias de S;o Tomé e Principe ficamos logo agradavelmente surpreendidos com o elevado numero de imagens, cerca de 230, das roças e seus edificios, outras casas e relevantes personalidades, pertencentes às familias portuguesas de origem, incluindo necessariamente as ligadas aos Açores como o caso dos Gamas, que andaram pelo Faial e S;o Miguel e detiveram uma das mais importantes casas comerciais de S;o Tomé e Principe, dos Silveira e Paulo oriundos do Pico (Santo Amaro) e S;o Jorge (Urzelina) que “na torna viagem” se fixaram na Terceira. Isto, depois de Domingos Machado Silveira com os irm;os José Jorge, Manuel Jorge, Francisco Jorge e Jo;o Jorge, estabelecerem uma sociedade proprietária das roças Urzelina e Colónia Açoriana, com 1530 hectares de plantaç;o, sobretudo produzindo café e cacau, que possuia, inclusivamente, uma linha de ferro privativa com 2 quilómetros.
“Os africanos” como eram conhecidos os irm;os Silveira e Paulo, compraram várias casas, quintas e terras na Terceira acabando por construir em Angra e arredores, imponentes casas, como o belo Palacete Silveira e Paulo, hoje sede da Direcç;o Regional da Cultura, a casa da esquina da Rua do Galo para a Rua da Conceiç;o, agora dos Serviços da Direcç;o Regional do Ambiente e a imponente Vila Olivia, no Caminho de Baixo que confronta a nascente com a Quinta da Estrela. Curiosamente, existe um postal que identifica esta ultima como Vila Falcarreira, por Dona Olivia Silveira ter casado, segunda vez, com o primogénito do Visconde de Falcarreira que, ao enviuvar, terá desbaratado a fortuna da mulher, começando por vender este prédio. Outra familia ligada aos Açores foi a dos Simas da Graciosa que exploraram a roça André Velho, produtora de cacau. Na casa do Conde de Simas em Santa Cruz da Graciosa, por doaç;o da viuva, está instalada a Câmara Municipal. Estas familias viveram e trabalharam arduamente, durante bastantes anos, nestas ilhas africanas localizadas mesmo em cima do Equador.
Nasceram ai, como se constata na presente obra do Jorge, grandes figuras que muito honraram Portugal, provenientes dos Almada Negreiros, Alva Brand;o, Belard, Burnay, Carneiro de Sousa e Faro, Fonseca, Fontes Pereira de Melo, França e Almeida, Maçedo e Oliveira, Mantero, Menezes, Monteiro de Mendonça, Pereira da Cunha, Quintas, Sousa e Almeida, Teixeira, Vale-Flor ou Viana da Mota, isto entre os 70 nomes de familia aqui fixados. “
Jácome de Bruges Bettencourt*
* Cônsul Honorário da Republica de Cabo Verde nos Açores
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