A Vénus de KazabaikaLeopold von Sacher MasochTraduç;o de Ana HatherlyPrefácio de Julio MoreiraColaboraç;o gráfica de António SenaCapa: Vénus ao Espelho – Ticiano (Museu de Washington)Ediç;o Integral, com encenações fotográficas em folhas extra-texto.Edições Afrodite por Fernando Ribeiro de Mello1ª ediç;o, 1966. Br., 215 pp.………………………………………………………..Do prefácio:;[…] Diz-se que noutras civilizações que nos precederam, e ter;o chegado mesmo a coexistir com a nossa, o amor era uma fonte de alegria, um dominio superior de prazer e plenitude.Na nossa, a principal realizaç;o erótica (termo derivado de Eros, devindade [sic] da antiguidade clássica difìcilmente inteligivel nos nossos dias) reside no “pecado”.[…] Nos traços comuns que reunem Sade e Masoch, um outro aspecto, independente, pelo menos superficialmente independente, das suas “concepções” do amor, que os celebrizaram, parece digno de nota. Ambos, nascidos nas melhores familias dos seus paises, pertencendo a uma aristocracia com todos os previlégios, tomaram posiç;o ao lado das correntes politicas mais avançadas do seu tempo.N;o foi só por ter atentado contra a moral que Sade passou a vida na pris;o. […] Sade n;o só colaborou activamente na revoluç;o francesa, como foi um dos primeiros a denunciar o ditador Napole;o.Masoch, por seu lado, foi um conhecido sociólogo do seu tempo, “autor dum sistema politico aparentado com o socialismo de Tolstoi e o liberalismo de Saint-Simon” […].Ambos, Sade e Masoch, s;o portanto individuos de vanguarda, atentos às directrizes históricas que têm conduzido as sociedades humanas de maneira a confirmar a sua própria vis;o.N;o s;o os “taradinhos sexuais” que a vista curta ou as más intenções têm querido fazer deles, próprios para alimentar edições pornográficas, mas sim os desmistificadores lucidos e atentos ao mundo dentro e fora de si, dispostos a ir, com o próprio martirio, ao fundo das coisas. […];

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