OS SERTÕES * Campanha de Canudos * Euclydes da Cunha * 2000

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Os Sertões : Campanha de CanudosEuclydes da Cunha AUTOR(ES): Cunha Euclides da 1866-1909PUBLICAÇ;O: Lisboa : Livros do Brasil, 2000DESCR. FiSICA: Br.; 478, [2] p. ; 22 cmCOLECÇ;O: Livros do Brasil ; 41NOTAS: Ediç;o definitiva de acordo com as emendas deixadas pelo autorA obraOs Sertões dá inicio ao que se chama de Pré-Modernismo na literatura brasileira, revelando, às vezes com crueldade e certo pessimismo, o contraste cultural nos dois "Brasis": o do sert;o e o do litoral. Euclides da Cunha critica o nacionalismo exacerbado da populaç;o litorânea que, n;o enxergando a realidade daquela sociedade mestiça, produzida pelo deserto, agiu às cegas e ferozmente, cometendo um crime contra si própria; o que é o grande tema de Os Sertões. Em tom critico, também mostra o que séculos de atraso e miséria, em uma regi;o separada geográfica e temporalmente do resto do pais, s;o capazes de produzir: um lider fanático e o delirio coletivo de uma populaç;o conformada.Todos os importantes questionamentos e as grandes formulações sociológicas, antropológicas, históricas e politicas para compreender o Brasil, antes e depois da Republica, tiveram seu embri;o nas páginas de Os Sertões.A obra  revela, às vezes com crueldade e certo pessimismo, o contraste cultural nos dois "Brasis": o do sert;o e o do litoral. A transiç;o de valores tradicionais para modernos está na denuncia que faz da realidade brasileira, até ent;o acostumada a retratar um Peri, uma Iracema, um gaucho, icones do nosso Romantismo. Evidencia, pela primeira vez em nossa literatura, os traços e condições reais do sertanejo, do jagunço; "a sub-raça" que habita o nordeste brasileiro; o herói determinista que resiste à tragédia de seu destino, disfarçando de resignaç;o o desespero diante da fatalidade. Essa ruptura de vis;o de mundo gera também um rompimento no plano lingüistico. A objetividade cientifica na abordagem de um problema leva o autor a buscar termos precisos e, nesta escolha, sua linguagem torna-se especializada e, por isso, às vezes dificil, mas que se justifica pelo objetivo de tornar exata a comunicaç;o das idéias.Considerada uma das obras-primas da literatura brasileira, Os Sertões, publicada em 1902, ano de sua primeira ediç;o, cinco anos após a campanha de Canudos, cujo trágico desfecho Euclides da Cunha testemunhou como repórter de O Estado de S;o Paulo, apresenta n;o só um completo relato da Campanha de Canudos, que foi a luta sangrenta contra os fanáticos chefiados por Antônio Conselheiro, os quais ameaçavam a segurança das cidades e povoações vizinhas, mas apresenta ainda um admirável estudo da terra e do homem do sert;o nordestino, das condições de vida do sertanejo, da sua resistência e capacidade, de acordo com a vis;o de Euclides da Cunha. Ele foi o unico jornalista que atentou para a valentia dos jagunços.Da primeira à ultima página, O Sertões é uma obra que incomoda. Ele foi escrito exatamente para isso. Para instigar, provocar a pesquisa e estimular a procura da verdade. é um livro contra o conformismo. é um livro de idéias e soluções, de questionamentos e proposições ousadas. Já é lugar comum dizer que algumas de suas conceituações cientificas n;o resistiram à evoluç;o. Contém os vicios ou distorções tipicos da época.é uma narrativa da insurreiç;o de um grupo de fanáticos religiosos e n;o só descreve a sociedade mas também a geografia, geologia, e zoologia plana do sert;o brasileiro. Com seu apurado estilo jornalistico-épico, traça um retrato dos elementos que compõem a guerra de Canudos: A Terra, O Homem e A Luta.  A descriç;o minuciosa das condições geográficas e climáticas do sert;o, de sua formaç;o social: o sertanejo, o jagunço, o lider espiritual, e do conflito entre essa sociedade e a urbana, mostra-nos um Euclides cientificista, historicista e naturalista que rompe com o imperialismo literário da época e inicia uma análise cientifica em prol dos aspectos mais importantes da sociedade brasileira.A primeira parte, A Terra, descreve o cenário em que se desenrolou a aç;o. Euclides da Cunha, num apanhado geral, estudou os caracteres geológicos e topográficos das regiões que est;o entre o Rio Grande do Norte e o sul de Minas Gerais, de modo particular a bacia do rio S;o Francisco. Nos sertões do norte, fala discorre sobre a seca, das causas da mesma, dando relevo especial ao papel do homem como agente geológico da destruiç;o, que ao praticar desde os tempos mais remotos a agricultura primitiva baseada em queimadas, arrasou as florestas. Os desertos, a eros;o, o ciclo das secas terriveis vieram em seguida.A segunda parte, O Homem, completa a descriç;o do cenário com a narrativa das origens de Canudos. Ali Euclides da Cunha estudou a gênese do jagunço e, principalmente, a de seu lider carismático, Antonio Conselheiro. Falou de raças (indio, português, negro), e de sub-raças (que indica com o nome "mestiço"). Em O Homem o autor caracterizou o sertanejo como "Hércules-Quasimodo", usando antiteses e paradoxos (Hércules era um semi deus latino, encarnaç;o de força  e valentia; Quasimodo era sinônimo de monstrengo, de pessoa disforme, personagem de Nossa Senhora de Paris, romance de Victor Hugo). Preparando o ambiente para os episódios de Canudos, Euclides da Cunha expôs a genealogia de Antônio Conselheiro, suas pregações e a fixaç;o dos sertanejos no arraial de Canudos.A terceira parte, A Luta, é a mais importante, constituida da narrativa das quatro expedições do Exército enviadas para sufocar a rebeli;o de Canudos, que reunia "os bandidos do sert;o": jagunços (das regiões do Rio S;o Francisco) e cangaceiros (denominaç;o no Norte e Nordeste). Havia cerca de 20.000 habitantes no arraial, na maioria ex-trabalhadores dos latifundios da regi;o.Dividida em seis subtitulos (Preliminares, Travessia do Cambaio, Expediç;o Moreira César, Quarta Expediç;o, Nova Fase da Luta e ultimos Dias) completou, por sua vez, o elenco dos personagens esboçado na segunda parte (O Homem), quer estudando-os em conjunto, como no trecho Psicologia do Soldado, quer em closes particularizantes, como no retrato fisico e psicológico do coronel Antônio Moreira César.Inicio da lutaAs autoridades de Juazeiro se recusam a mandar a madeira que Antônio Conselheiro adquirira para cobrir a igreja de Canudos; os jagunços, ent;o, pretendiam tomar à força o que haviam comprado e pago. Avisado das intenções dos homens de Conselheiro, o governo do Estado manda que em Juazeiro se organize uma força que elimine o foco de banditismo.A primeira expediç;o – Cem homens, comandados pelo tenente Pires Peneira, s;o surpreendidos e derrotados pelos jagunços no povoado de Uauá.A segunda expediç;o – Quinhentos homens, comandados pelo major Febrônio de Brito e organizados em colunas maciças, s;o emboscados pelos jagunços em terrenos acidentados, no Morro do Cambaio e em Tabuleirinhos. Destacam-se os “bandidos” Jo;o Grande e Pajeu, este ultimo considerado por Euclides verdadeiro gênio militar. Reduzidas a cem homens, as tropas do governo decidem voltar.A terceira expediç;o – Mil e trezentos homens, comandados pelo coronel Moreira César, armados com canhões Krupp — recém-importados da Alemanha —, sem planos definidos, partiram em fevereiro de 1897, atacando de frente, do Morro da Favela, o arraial de Canudos. Os jagunços, protegidos pela irregularidade do relevo, buscavam o corpo-a-corpo e desorganizaram as tropas, que na retirada desastrosa deixaram para trás armas, munições, os canhões Krupp e o próprio general Moreira César, morto após ter sido ferido em combate.A quarta expediç;o – Cinco mil homens, comandados pelos generais Artur Oscar, Jo;o da Silva Barbosa e Cláudio Savaget, s;o enviados pelo sul. As tropas dividem-se em duas colunas. A primeira é cercada pelos jagunços no Morro da Favela e tem de se socorrer da segunda coluna que, vitoriosa em Cocorobó, havia mudado de estratégia, dividindo-se em pequenos batalhões. As duas colunas tentam um ataque maciço. Conseguem tomar boa parte do arraial, mas os soldados mal resistem à fome e à sede.Em agosto de 1897, oito mil homens deslocam-se para a regi;o, comandados pelo próprio ministro da Guerra, o marechal Carlos Bittencourt.S;o cortadas as saidas de Canudos, o abastecimento de água é interrompido. Um tiro de canh;o atinge a torre da Igreja. Estóicos, esperando a salvaç;o eterna, os sertanejos n;o se renderam, e muitos foram degolados após o assalto final.. Perpetrou-se dessa forma o crime de uma nacionalidade inteira, no dizer de Euclides da Cunha, que a tudo acompanhou do Morro de Uauá, de onde escrevia suas reportagens para o jornal A Provincia de S;o Paulo, hoje O Estado de S;o Paulo, mais tarde refundidas nessa obra monumental que s;o Os Sertões.

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